Pelamor - Baú

meus caros, estou fraca. sentei ontem em meu sofá, peguei minha xícara de café, bebi tudo em três segundos como se virasse uma dose te tequila, mas o sal e o limão eram o gosto azedo da vida. antes fosse realmente uma dose de tequila, ou duas, ou três, odeio café, e ele não arranca a minha realidade, infelizmente. analisei calmamente toda a minha situação, e descobri que não havia mais motivo pra seguir em frente buscando algo de diferente. ao contrário do que vocês todos pensam, a minha vida não é um mar de rosas, eu não sou rica e muito menos tenho o grande amor da minha vida. ao contrário do que a maioria de vocês pensam, aqueles sorrisos e beijos que eu dei no final de semana passado, eram apenas mais falsidade, mais tentativa de sair do buraco, fracassadas eu sei, mas vocês não, então conto agora para que saibam. as imagens que todos querem ver são mais acessíveis, eu entendo, mas não custa nada tentar mostrar o outro lado da moeda mesmo que ninguém queira saber. parei de tomar meus remédios, parei de procurar a salvação faz tempo, desde que tudo perdeu o grande sentido. como podem dizer pra mim que a vida não é feita de amor? mas é claro que a vida é feita de amor, a minha vida é feita de amor, se a sua não é, sorte a sua. pra mim o amor é a salvação e a decadência. é dele que se retém tudo de bom e de ruim do mundo. se não faz o menor sentido pra você, então, pare de ler este texto, esse blog, e mais uma vez a sorte é sua. eu não sei mais viver fingindo, não sei mais viver contando números que não batem no final, minha conta está sempre errada, e é tão fácil na teoria. faço a mesma conta a quase dois anos, e ela nunca consegue chegar perto da igualdade, ela não sabe chegar a lugar nenhum na verdade. burrice! é claro, mas não falta de esforço, afinal, são dois anos, e não duvido que venham mais alguns por aí. como é divina e incrível a vida, pra você, pra mim não passa de dias consecutivos da mesma ladainha dos pobres mortais que se acham a última gota de vinagre do potinho da alcachofra. pelamor da santa de barro que vocês tanto amam, tenha dó do meu ouvido e da minha dignidade burocratizada. vou voltar pro meu café/tequila, meu cobertor me parece mais aconchegante do que todos esses abraços visíveis e insensíveis.

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